terça-feira, janeiro 22, 2008

Heath Ledger


Cheguei em casa hoje lá pras 20hs, depois de um dia de trabalho – e eu posso dizer isso, finalmente, tendo em vista que hoje eu realmente trabalhei – e a primeira coisa que fiz foi ligar o computador. Despretenciosamente, tendo em vista que fiquei na frente de um o dia todo, e não poderia ter nada acontecendo no mundo que eu não estivesse a par.

Fui jantar, e quando voltei, abri o IG. É um ritual pessoal, eu sempre abro primeiro o site do IG, antes de entrar no da UOL, no Lance e na Placar, são os sites de notícia em geral que eu costumo ler. Pois bem, qual não foi a minha surpresa ao ler: “Morre o ator Heath Ledger”.

A primeira reação foi de total descrença. Até parece que um cara com tanta grana, fama e sucesso iria morrer no auge dos seus 28 anos de idade de graça, de bobo. Só podia ser pegadinha da internet, já cansaram de matar gente que tá viva até hoje, tipo o Paul McCartney. Fui verificar as fontes, bati nos outros sites de notícia, procurei no Google, e realmente, de acordo com os meios digitais, Heath Ledger está morto. Suspeita de Overdose de remédios.

Inacreditável.

Heath Ledger não é só mais um ator gringo que morre, ele era um dos ícones de uma geração – não to boa assim, mas ainda assim, uma geração inteira. Um dos melhores atores de 30 anos na praça, sem dúvidas. Só pra citar alguns filmes: “O Patriota” no qual ele faz o filho mais velho do Mel Gibson, chamado Gabriel; “Coração de Cavaleiro”, um dos meus favoritos, onde ele faz o cavaleiro wannabe Ulrich von Lichestein/William Tatcher, que é baseado em um dos melhores livros de cavalaria (e meu favorito) de todos os tempos, escrito por Chaucer; além disso fez “Devorador de Pecados”, “Os Reis de Dogtown”, “Casanova”, “Os Irmãos Grimm” e o premiado “O Segredo de Brokenback Mountain” e o mais recente, e que ainda nem estreou no Brasil, “O Cavaleiro das Trevas”, continuação do novo Batman, em que ele faz o papel do Coringa.

Mas não foi nenhum desses filmes que o transformou em um ícone. Eu costumo mudar de opinião quanto ao meu filme favorito “do momento” muito facilmente, no entanto, existem alguns filmes que encabeçam meu top 10 filmes favoritos de todos os tempos... Já citei alguns deles aqui, “Closer” e “Peixe-Grande”, por exemplo... Outro deles é “10 Coisas Que Eu Odeio Em Você”. “10 Coisas” é a melhor releitura moderna do clássico shakesperiano “A Megera Domada” transformado em comédia romântica adolescente, e o Heath Ledger faz o papel que seria do “Petrucchio”, meu personagem favorito. No filme, ele é protagonista de uma das cenas mais bacanas do cinema, em que, pra ganhar a garota, canta “I Love You Baby” (famosa na voz da Gloria Gaynor) no meio do treino da equipe de futebol, de cima da arquibancada, enquanto a banda do colégio começa a tocar no campo e ele foge dos bedéus, inclusive chutando a bunda de um.

Esse filme é de 99, significando que eu tinha 14 anos. Foi o máximo, na época. Todo mundo no colégio comentava, queria a trilha sonora, cantava a musiquinha... O filme embalou muitos cinemas/videos com namoradinhas. Até hoje eu me emociono com o poema que a Julia Stiles lê para ele, no meio da sala, no final... fazendo um paralelo sensível com a cena que ele também se manifesta em público, mas muito mais feminino.

A morte do Heath Ledger é uma pena, é como se morresse um pouquinho da adolescência de muita gente da minha idade, que também teve excelentes momentos assistindo esse mesmo filme e ainda os lembra com carinho toda vez que pega uma reprise na Globo ou na HBO. Essa é talvez a primeira “grande morte” de atores da nossa geração – atores que nós vimos crescer e se desenolver com sucesso e que de alguma forma marcaram nossas vidas.

Esse post é in memoriam do eterno Casanova.

Deixo o poeminha da Julie Stiles abaixo, traduzido literalmente.

10 Things I Hate About You (10 Coisas Que Eu Odeio Em Você)

I hate the way you talk to me
(Eu odeio a forma que você fala comigo)
And the way you cut your hair
(E a forma que você corta o cabelo)
I hate the way you drive my car
(Eu odeio o jeito que você dirige meu carro)
I hate it when you stare.
(Eu odeio quando você me encara.)

I hate your big dumb combat boots
(Eu odeio suas botas idiotas de combate)
And the way you read my mind
(E a forma como você lê meus pensamentos)
I hate you so much it makes me sick
(Eu te odeio tanto que me deixa doente)
That even makes me rhyme
(Que até me faz rimar.)

I hate the way you're always right
(Eu odeio como você tem sempre razão)
I hate it when you lie
(Eu odeio quando você mente)
I hate it when you make me laugh
(Eu odeio quando você me faz rir)
Even worse when you make me cry
(E ainda mais quando você me faz chorar.)

I hate it when you're not around
(Eu odeio quando você não está perto)
And the fact that you didnt call
(E o fato de você não ter ligado)
But mostly i hate the way i dont hate you
(Mais que tudo eu odeio como eu não te odeio)
Not even close, not even a little bit, not even at all.
(Nem perto, nem um pouco, de forma alguma.)
---
Link do vídeo pra quem prefere assistir:
Link da Notícia no UOL:

Um comentário:

- Morgana disse...

Lindo post.

Mas nem vou comentar muita coisa, por que eu tô triste por isso. Eu gostava muito dele e do trabalho dele, ele era notável demais. :/


.. Juro que ainda não caiu minha ficha. Não mesmo. Quando eu paro e lembro "Ih é, o Ledger morreu", lembro quase automaticamente de alguma cena de algum filme que ele fez, e simplesmente NÃO acredito.